Quando eu era criança não pensava como os outros meninos da
minha idade que adoravam futebol e faziam do mesmo o seu maior sonho de
consumo. Pra falar a verdade, eu nem sei o que pensava da minha própria
vida, ou seja, os rumos aos quais ela seria levada. Imaginava que tudo iria ser fácil demais.
Pensava
que quando eu "fosse grande", não iria ser rico. Mas teria uma mulher,
quatro filhos, onde os meus brinquedos de infância ficariam estáticos,
aguardando o seu desenvolvimento dos meus filhos para que eles pudessem atingir a "idade"
de brincar.
Os anos passam e num determinado
momento, a vida não lhe dá mais um tapa na cara para que acorde mas sim
um forte soco na boca do estômago com a intenção de que você acorde
para as verdades do mundo capitalista.
É aí que
observamos os moldes com que vamos sendo tocados, nos tornando mais
frios só pensando em "crescer na vida", "subir na vida" e essa repetição
mecanizada acaba jogando por terra pequenas coisas simples da vida como
um bom dia ou um olá que ganhamos pela manhã.
Infelizmente
é lastimável que a maior parte da sociedade, na intenção de emergir -
se economicamente tenha chegado a tal ponto desprezando a bondade
intrínseca do ser humano. E depois nos dizem que devemos obedecer a hierarquia das "coisas"?